sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A veterana do fanico

Ontem fui ao gym (ando muito certinha agora!), à aula de cycling. Tinha um estreante ao meu lado, ao que parece era a 1a vez do rapaz naquelas andanças e ele não se estava a sair muito bem. Meio sem jeito, com pouca resistência, a meio da aula desistiu e encostou-se na bicla. Mas passados poucos minutos pimba!, o moço acabou mesmo por desmaiar com uma quebra de tensão. E isto fez-me lembrar de todas as vezes que experenciei o belo do super-fanico.

Sim, se há por aí profissional na arte do desmaio, sou mesmo eu. Quando era miúda dava-me o fanico por tudo e por nada; era o calor, eram "aqueles dias", era fraqueza, sei lá, tanto estava aqui a falar com vocês como estava a cair pró lado feita parolinha do desmaio. Fiz buerérerés de exames, electroencefalograma, ECG, testes a tudo e mais alguma coisa e nada, não se descobria o porquê do desmaio da menina.

Depois a coisa amainou, e só me voltou a dar o striquinôn quando já andava na faculdade. Estava um belo dia na cozinha com a minha JoanaCatarina, ela a cortar as cenoiras pró almoço das prinças, quando começo a ver as cenas amarelas e os suores frios a virem-me e digo-lhe "Joana, tou-me a sentir mal" e ela "Kakakakaka, tás tás" e eu a dizer que sim e a paróli só me gozava, até que quando chegou à minha beira devia estar eu da cor da parede que ela ficou toda aflita e a chamar-me, até que me levantei e pimba!, lá caí eu nos braços da minha amada amiga, que tratou de guinchar ajuda às outras inquilinas da casa e lá me levaram para o quarto. Esta vez foi bem produtiva, já que as minhas caras amigas me obrigaram a faltar às aulas da tarde e ainda me levaram o lanche e o jantar à cama!

Outra vez que desmaiei foi quando estava a fazer um estágio no meu 3º ano. Comecei-me a sentir mal e saí da sala. Sentei-me cá fora num banco cheio de doentes à espera do exame, eu a pensar que ia ficar melhor por me sentar mas qual quê, pimba! e desmaiei mesmo ali, ao lado dos doentinhos que ficaram todos aflitos por verem uma menina de bata inanimada, coitadinha. Lá acordei eu a ser esbofeteada por 4 ou 5 velhinhos de 80 anos, sem saber muito bem onde estava, e eles "ó menina acorde" e abanavam-me e beliscavam-me, ai loubádu senhor. Dessa vez também sobrevivi, mas foi por pouco.

A última vez foi também no ginásio, precisamente numa aula de cycling. Acho que comecei a ficar esbranquiçada, a minha amiga-cara-metade deu conta e mandou-me sair da bicicleta. Andei 2 metros e pimba! caí redonda no chão e acordei com o ppl a levantar-me as pernas e a olhar pra mim, e eu estava a rir. Sim, porque acho que naqueles breves segundos tive um pseudo-sonho cómico e acordei a rir. Digam lá se não sou a mega-crominha-do-desmaio?

A cena do desmaio é que é muito mau mesmo; há pessoas que nunca tiveram o (des)prazer de sentir a sensação de desfalecimento, mas aqui para a veterana do desmaio conhece bem os sintomas, sendo: cabeça zonza, bolas amarelas a pairar à nossa frente, suores frios que mais parece que estamos a banhar-nos em água gélida, bolas brancas na cara das pessoas, fraqueza generalizada, pessoas distorcidas, falta de audição,  até que deixamos de lutar para nos mantermos lúcidos e deixamo-nos ir....e pimba! lá desfalecemos e caímos (e passamos vergonha) para acordar uns segundos depois, geralmente com uma grande dor de cabeça. Já vos aconteceu? Quem por aí pertence ao clube dos prós-do-desmaio?


Aqui está o que fazer quando presenciarem um super-mega-fanico! E nada de pânicos!

Ósculinhos sem desmaio!

5 comentários:

  1. Felizmente não percebo ao clube, mas já assisti a desmaios e é sempre bom saber como agir. Thanks pelas dicas!! :)

    pippacoco.blogspot.pt

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  2. Ao contrário da Pippa, eu pertenço sim ao grupo, infelizmente.
    Desmaio à toa, qualquer coisa é motivo: calor, nervosismo, lugares cheios, ansiedade...Tudo acontece em segundos: estou bem, de repente tudo escurece e caio. Milhões de exames laboratoriais e nada, segundo os médicos tenho uma saúde de ferro. Dá pra entender isso?
    É sempre constrangedor e o pior, é que na maioria das vezes as pessoas não sabem como proceder e aí, dá-lhe tapa na cara, água que nos faz engasgar...rs rs

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  3. Muito engraçado seu texto, confesso que senti como se estivesse lendo sobre eu própria. Sim, eu deveria ser eleita presidente do clube dos prós do desmaio! Começou na adolescência e até hoje, já na casa dos 30, os piripaques me acompanham permanentemente. Desmaio por qualquer coisa e em qualquer lugar. Faço check-ups anuais e nada consta, saúde ok, mas ainda assim, qualquer emoçao mais forte, ansiedade, calor, são suficientes para que eu perca os sentidos em instantes. Recentemente me indicaram um psiquiatra, pois dizem que pode ser psicológico. Sinceramente, não sei, mas irei à consulta já marcada, quem sabe encontre uma resposta para tantos faniquitos constrangedores.

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  4. Bons conselhos :) Desmaiei uma vez com 3 anos e logicamente que não me lembro! Felizmente...

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  5. Você faz isso tudo parecer bem engraçado mesmo, ri muito com essa narrativa, mas, como é difícil não é? Eu que vivo a ter desmaios aqui e ali a todo momento,e sem motivo aparente, já nem sei mais o que fazer. Até confesso que depois que passa, pensar na situações é mesmo meio comico, mas no momento em que acontece, ai ai ai, é um constrangimento sem fim. Sair dos lugares carregada no colo (e algumas vezes por estranhos!), acordar com alguém tentando me fazer beber água ou sei lá mais ou quê, os tapinhas incômodos na cara e as perguntas de sempre: te alimentaste direito guria? estás grávida? Que vexame!
    E ainda ter que aguentar a avó, zeloza, querendo sempre me encher de comida: "essa menina desmaia à toa porque não come direito!" E dá-lhe carboidratos da vovó a sabotar minhas dietas o tempo todo! A continuar assim, em breve os desmaios se tornarão duplamente constrangedores: pela situação em si, e pelo peso que acabarei ganhando. Pois, se carregar uma magrela de 1,76 já não é fácil, imagina uma gordinha. hahahaha


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Obrigada pela sua teoria! ;)