O segundo filho é tão diferente do primeiro. Começa logo na gravidez. Se na primeira gravidez é tudo magia e unicórnios, na segunda quase que nos esquecemos que estamos grávidas. Porque o miúdo precisa de ir à casa de banho, porque entornou água, porque chamou de noite umas 3 vezes, porque está atrasado para a escola. A correria diária mais uma barriga crescente. Por outro lado, namoramos a barriga naqueles 2 minutos em que estamos a tomar banho, ou deitadas quase a babar nos no sofá porque pode ser a nossa última barriga, o último pontapé de uma vida dentro de nós (isto para quem só pensa ter 2, como eu).
Depois o baby n.º 2 nasce e é como matemática pura, a fluir tão naturalmente. Não há o stress da mama, o meu leite chega, está a crescer, porque é que ele chora tanto, o banho, naaaaa, todos esses medos e inseguranças ficaram lá atrás, no primeiro filho. Agora é só ser mãe de recém nascido e tentar não enlouquecer pela segunda vez. Com as noites mal dormidas e o acrescento de que....há mais um filho que precisa da nossa atenção. Tentar não pirar com o equilibrismo que temos de fazer em ser a mãe que o mais velho sempre conheceu, e, ao mesmo tempo, cuidar de um ser que precisa de nós a 100%. Equilibrar o "não belisques o mano", com o "dá beijinhos ao mano!". Ai. Esta parte não é nada fácil....muitas vezes dou por mim a sentir-me culpada por não dar tanta atenção ao bebé como dei ao mais velho, deixá-lo chorar 5 minutos porque acho que o Arturinho tem direito a que acabe de fazer o puzzle com ele. A culpa tb funciona de forma inversa; deixar o primogénito a gritar na casa de banho que lhe vá limpar o rabiote enquanto acabo de dar de mamar, ouq ue adie a hora de deitar meia hora porque o bebé não pára de chorar. A eterna amiga das mães: a CULPA.
Se tantos dias há em que estou sozinha com os dois, banhos, jantar, pôr a dormir e etc, um chora para um lado e outro chora para o outro, pega lá o tablet 5minutos, mas os tablets fazem mal, mas tenho de dar banho ao bebé e com o mais velho sp agarrado a mim não dá, sou uma péssima mãe, culpa culpa e mais culpa. Respirar fundo e pensar que faço o melhor que posso e consigo. Não há mães perfeitas. Há MÃES que amam os seus filhos mais que tudo e que dão o mundo por eles. Nem que isso signifique enlouquecerem um pouco :)
Falta referir a parte do namoro. Quando estou sozinha com o bebé farto-me de olhar para ele, cheirá-lo, tocar na pele fofinha dele. Tento absorver todas estas memórias e enraizá-las em mim. Porque este pode ser o meu último bebé. Não sei se quero e posso ir ao terceiro e, por isso, esta pode ser a última vez que tenho um bebé em casa. Ai que se me quebra algo dentro de mim quando penso nisso. É tão tão bom ter um bebé. A facilidade daquele sorriso desdentado quando olha para nós.....é uma felicidade tão grande, enche o coração. Por isso vou continuar a snifar te filho. desculpa lá!
Ósculinhos mother of two!