Mia, a gata mouca

A propósito do que escrevi anteriormente, é mesmo verdade. Eu e o meu king temos uma inquilina lá em casa. Chama-se Mia e é uma gatinha linda, muito branquinha e peludinha. E surda. Pois, é isso mesmo. O raio da bicha é mouca. Mesmo mouca mouca, surdinha que nem uma porta. Não, não ouve mal, é mesmo SURDA! E não, os aparelhos auditivos não são adequados, não por se tratar de uma gata, mas porque ela já nasceu assim!!! E vocês dizem “ó Ana Isabel, atão tu depois de uma cadela epilética com resmas de diseases vais-me arranjar uma gata surda?!?” e eu digo “pois….”. É a minha sina para animais “diferentes”. Um dia se tiver galinhas elas não vão pôr ovos, ou vou ter um cão sem patas, ou um pássaro que não canta. Mas isso não interessa nada! O que interessa é o nosso amor pelos bichinhos, e no meu caso é enorme. Adoro animais mas nunca gostei particularmente de gatos. Achava-os traiçoeiros, sempre com aquele ar de quem me vai espetar as unhas nos olhos ou arranhar-me toda até me esvair em sangue, enfim, um drama. Mais que eles nunca deixam pegar nem fazer miminho como os cães. Mas isto tudo foi antes de trazer a Miónis cá pra casa (sim, ela tem vários pseudónimos, uma vez que é surda).

Quando a minha cara Joana me perguntou se queria ficar com um dos rebentos dos seus gatídeos eu hesitei mas depois….recusei. Como disse, nem gostava de gatos e a bicha ia concerteza arranhar a casa e arrancar-me os olhos durante o sono. Mas fiquei com pena, isto porque a minha cara amiga passava os dias a aliciar-me com MMS fofinhos dos gatinhos que mais pareciam peluchinhos saídos de catálogo. Até que o meu homem decidiu fazer me uma suprise pelo aniversário e ficámos com a gatinha! Lá fomos nós escolher a bichana e ele, sempre o grande decisor, proferiu “ficamos com esta, é tão pequenina!”. E sim, era a mais pequenina, mais fofinha, com o focinho menos achatado, super branquinha. E, segundo a Joana orgulhosamente disse “é a única que não tem medo do aspirador!!!!” Mais tarde descobrimos porquê. Nem do aspirador, nem de brocas a furar a parede, nem de balões a rebentar, nem de coisas a cair ao chão. E porquê?!? Porque é SURDA!!!!

Quando soubemos que a gatinha era surda, decidimos ficar com ela na mesma, claro. O que não sabíamos era o trabalho que dá educar uma gata surda. É que não adianta berrar ou falar com tom severo. É só à palmadinha. E como isso me corta o coração, a bichana foi raínha e senhora das cadeiras laranja que o meu king tinha, tanto que as pobres estão tão arranhadas que não há salvação possível (e ainda bem, que elas eram medonhas diga-se). Agora está mais adulta (lol), mais calma e já só arranha os tapetes. Mesmo assim continua uma pestinha, sobe para as mesas e armários, mas basta fazer-lhe um gesto brusco e ela foge logo. Tem um super RON RON que eu adoro e gosta de miminhos mas só quando ela quer. Adora dormir deitada quase em cima de mim e pisar as uvinhas na cama, com um super híper ron ron. E eu, deixei de ter medo de gatos. São uma companhia muito grande, independentes é certo, mas isso também lhes dá uma certa personalidade. E a surdez dela ainda a torna mais especial!

Aqui fica a nossa Zira Zirónis

no dia em que chegou ao novo lar!

à janelinha, como ela gosta :)

coitados dos nossos tapetes

cucu!!!

Ósculinhos gatescos para todos!