sexta-feira, 24 de julho de 2009

Jane Austen e o Séc.XXI

Há tempos vi o filme sobre a vida jovem de Jane Austen e fez-me pensar na mudança dos tempos e das coisas. A pobre da Jane e o seu mais-que-tudo-amor-da-sua-vida não puderam ficar juntos no love eterno porque o indivíduo não tinha dinheiro para sustentar a moçoila; o tio rico que o sustentava a ele e à famelga faminta achava que a Jane era uma rameira da france e deserdava o moço caso ele decidisse mesmo desposá-la. Ora a rapariga abdicou o seu mais-que-tudo-amor-da-sua-vida para ele poder dar massa com arroz à família e ficou solteira até à eternidade (e pior, sem actividade sexual). Bonito? A Janie ficou presa àquele amor, porque era realmente o verdadeiro, o amor da sua vida e, como tal, não houve mais nenhum que a fizesse chilrear de emoção. Eles trocavam beijinhos de leve às escondidas, apenas mãos dadas muito de fugida, olhares intensos mas nunca nada físico. Eles falavam com as respectivas famílias para pedir permissão para passear (PASSEAR!!!) e não se apalpavam jamais. Eu digo portanto que se a Janie vivesse no séc. XXI iria ficar ou muito feliz, ou muito desiludida. No ano 2009, quando o seu querido a deixasse (depois de já terem experimentado todas as posições do kamasutra), ela iria para disco mais próxima curtir a night com as amigas e beber umas vodkas. Veria mais tarde o seu love aos cuspes com outra Janie e, num acto tresloucado, lá pás 6 da manhã (a hora do degredo) iria estar a trocar linguados intensos com um desconhecido do qual ela nem saberia o nome e, quiçá, prolongar a noite noutro sítio. No dia seguinte iria acordar com uma ressaca brutal, choramingar um pouco ao lembrar-se que o seu mais-que-tudo-amor-da-sua-vida era, de facto um cabrão, mas logo de seguida receberia um sms de outro indivíduo que conheceu na noite anterior e combinavam um café para o dia seguinte. As nexts 24h seriam apenas para decidir o que vestir nesse café e tentar não enviar sms ao seu cabrão. Uma semana depois, Janie iria ter mais contactos novos na sua agenda telefónica, cuspes trocados e a conta a zero por ter gasto o dinheiro todo nas compras para curar a depressão do boy cabrão. Este, por sua vez, seria pai de gémeos dali a 9 meses da moça daquela noite.
Percebem? lol
Jane Austen, escritora dos mais belos romances, iria sentir-se certamente desiludida com o significado que hoje em dia se atribui ao amor. No séc. XXI tudo é éfemero; as relações começam e acabam com uma simples sms de telemóvel, a entrega e paixão acontecem logo na 1ª noite em que os olhares se cruzam e o que fica por descobrir? Já ninguém quer conhecer ninguém, conhecer verdadeiramente. O nosso Eu. Pah, isso dá muito trabalho… para quê, quando se pode ter o que é bom numa relação durante umas horas e não ter de aturar tudo o resto? Não vemos que tudo o resto é o melhor. Claro que essas noites são boas para aumentar o ego, nos divertirmos, conhecermos ppl…mas e o amor? O verdadeiro? Aquele sentimento, aquele que nos faz tremer? Aquele que queremos…aturar…?
A Janie iria certamente gostar da parte dos beijos lânguidos sem necessidade de permissão mas tenho a certeza que, no fundo, ela trocá-los-ia pela experiência do amor puro, verdadeiro, sincero e real. Porque esse, dizem, só os bafejados o encontram.



(Queria só acrescentar à Janie que sei que ela de certeza não ficou virginizada até a fim dos seus days...o amor verdadeiro é bom mas o resto também, carai!!!!E já nos antigamentes se sabia disso!!!:P)

3 comentários:

  1. É verdade...No século XXI a procura daquele sentimento verdadeiro está um pouco esquecida...Já ninguém se dá ao trabalho de conhecer verdadeiramente alguém. Perde-se muito tempo e o importante é curtir e aproveitar todos os momentos ao máximo não interessa muito bem com quem... Mas será que essas pessoas são felizes? Duvido...Chega a um ponto que é bom ter aquele alguém que nos preenche, nos completa com quem partilhamos a nossa vida, momentos bons e maus... (a verdadeira amizade também está incluída aqui)
    Mas hoje em dia tudo é descartável...
    Nos tempos da Janie era tudo diferente (ou nao...). Só espero sinceramente que ela não tenha ficado virginizada durante toda a vida. Como aquela senhora de 88 anos que eu conheci no outro dia (tadinha...)!LooL
    Mas eis que um dia aparece aquele amor puro e verdadeiro (se é que existe mesmo)... Há que ter esperança :)
    Beijo gd *Mimos* :)

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  2. A sra dos 88 era mmo coitadinha!!!lololol Mas tb, já dizia o ditado...enquanto o certo não aparece diverte-te com o errado!!!vamos esperar é k o safadão apareça mmo...lololol beijo miga*

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Obrigada pela sua teoria! ;)