A minha vida é assim…feita de momentos. Constituída por momentos de felicidade pura e genuína, felicidade não duradoura…apenas e só momentânea. Todos eles vividos e aproveitados ao máximo…intensamente. Cheiros que se entranham na pele, sorrisos genuínos, olhares que dizem mais do que mil conversas, toques que marcam, gargalhadas…
Claro que depois de tanta exacerbação fica…o quê, o quê? Pois. A solidão. O vazio.
Voltamos à nossa rotina diária, ao trabalho, ao carro, ao almoço, jantar, ginásio, ao lufalufa do dia-a-dia e quando recordamos aquele momento parece que foi noutra vida, noutra realidade. Aahhhh, uma realidade que desejamos intensamente, infinitamente, verdadeiramente, real...
Mas, apesar de tudo o que possamos sentir de mau (mau rrrrr...menos bom!) depois destes momentos é, na realidade, bom. Toparam? É bom porque significa que fomos felizes…nem que seja por um momento. É assim que nos sentimos a viver, a sentir!
“Não chegamos realmente a viver durante a maior parte da nossa vida. Desperdiçamo-nos numa espraiada letargia a que, para nosso próprio engano e consolo, chamamos existência. No resto, vamos vagalumeando, acesos apenas por breves intermitências.Uma vida inteira pode ser virada do avesso num só dia por uma dessas intermitências.”
in “Jesusalém” de Mia Couto
Um obrigada a todos os meus momentos.