sábado, 16 de fevereiro de 2013

Os piores meses de estudante

Esta semana liguei a uma colega de faculdade que já não falava há algum tempo. O propósito era dizer-lhe a data do big day e pelo meio falamos de tudo, como se tivéssemos estado juntas ontem. Que sensação tão boa! Relembramos os nossos tempos de Coimbra, as farras, as risotas, as colegas. E quando desliguei lembrei-me também daquela que foi a pior época dos meus 4 anos de estudante, o estágio em Castelo Branco.

No meu estágio fomos deslocadas para White Castle durante cerca de 3 meses. Ora não conhecíamos ninguém, apenas o pessoal do serviço, mais velho e sem disposição para vida social. Os nossos dias eram passados de casa para o hospital, do hospital para a melhor pastelaria da cidade (que descobrimos ao 3º dia), da pastelaria para casa, fazer o jantar e dormir. Um verdadeiro tédio como podem constatar. Só pra terem noção do marasmo que era, a minha amiga engordou praí 7 kg nesses tempos. Mas o pior pior nem foi este aborrecimento de dias, o pior foi mesmo a abécula que morava lá em casa.

No nosso apartamento estávamos nós, duas estudante de fisioterapia e uma rapariga que ninguém sabia quem era ou que fazia. Era assim....estranha. Até ao dia em que começaram a desaparecer coisas lá em casa; cereais, douradinhos, carne congelada, pensos higiénicos (!!!). O quarto ficava fechado à chave, senão desconfio que até a roupa me desaparecia. 50euros das colegas PUFF. Era ela, a outra estranha. Confrontada, negou tudo. Disse que era uma "cabala" contra ela, porque era diferente de nós. E isto continuou, o senhorio sabia e nada podia fazer, afinal não havia provas.

Uma noite estávamos nós a dormir, às 2h30, quando ouvimos berros no corredor de casa. Era o namorado dela, insultaram-se mutuamente em altos decibéis, com todas as asneiras a que há direito. Eu e a minha colega borradinhas de medo, íamos chamar a polícia quando o homem se vai. E ela não contente na janela do 3ºandar, "és um cabrãaaaaao", num jeito melado de provocação.

Bem, no final da história, o senhorio lá descobriu que ela era uma ex presidiária, que tinha um filho e que afinal não trabalhava em lado nenhum. E a rapariga foi-se lá de casa. No entanto, o estrago já estava feito; conseguiu tornar aqueles 3 meses a pior recordação dos nossos anos de estudante.

Disto tudo, a lição que aprendi foi que não se pode confiar em ninguém assim à primeira. Se a vissem a mentir! Quase que dizia que falava a verdade. Quase que tive pena dela. Quase que lhe pedi desculpa. Por isso é que a vida é quem nos ensina.

2 comentários:

  1. Grande história! As aparências iludem!

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  2. É verdade, as aparência iludem...!E o engraçado é que parece que tive um Déjà vu. Passaram-se historias semelhantes comigo enquanto estive na universidade, embora com pessoas diferentes e em anos diferentes. Uma delas, roubava tudo, mentia, e negava (fazendo do meu último ano de licenciatura um martírio)! Uma que frequentou a mesma casa um ano antes, discutia com o namorado todos os dias, e eu e a minha outra colega de casa (que viveu lá o mesmo tempo que eu e que conheceu ambos os casos)juntavamo-nos, cheias de medo, até que o espectáculo terminasse.

    A senhoria já tinha os cabelos em pé, com duas inclinas deste gabarito (em anos seguidos). Imagina....

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Obrigada pela sua teoria! ;)