sábado, 26 de janeiro de 2013

Injustiça

Sempre detestei injustiças. É mau quando vemos um culpado sair impune ou um inocente achincalhado sem razão, dá-nos uma sensação de revolta e, ao mesmo tempo, de impotência. É mau vermos isso à nossa volta diariamente, em casos que vão sendo relatados, nas decisões que afectam os nossos bolsos sem nada termos feito para isso, nos empregos roubados quando demos tudo. Mas mau mau é quando a injustiça se aplica a nós; já senti na pele a "dor" de uma injustiça e digo-vos que é das piores sensações que se pode ter. Já fui acusada de mentirosa quando dizia a mais pura das verdades e tudo se resumia à minha palavra, desacreditada. Imaginem que isto sucedia com vocês, o que sentiam? Revolta, raiva, impotência, por não conseguirem que acreditem em vocês, por não terem nada que prove a injustiça feita contra a vossa palavra.

Esta semana voltou a bater-me à porta. Fui achincalhada, mal tratada, apelidada de incompetente por algo que não tinha nada a ver comigo nem tão pouco com o meu trabalho. E senti a mesma revolta que naquela altura. Juro que só me apetecia esganar a pessoa que me "atacou", exactamente como antes e como de todas as vezes que já fui "injustiçada". Que nervos, que ansiedade, que nervos!

Posso estar a exagerar, é certo, mas é como vos digo, odeio injustiça e é das piores coisas que me podem fazer. Quando andava na primária escrevi uma redacção muito gira sobre uma caixa de fósforos. O professor quando leu a história, deu-me um cachaço e disse que não tinha sido eu a fazer aquilo, onde já se viu uma menina da minha idade ter aquela ideia? E eu disse que não, que tinha sido eu, e ele a rir e "admite, foi a tua mãe" e eu só dizia que não que não. Fui para casa a chorar e chorei o dia todo, tanto que consegui enervar a minha mãe que no dia seguinte foi até à escola esclarecer o prof, que mais tarde me pediu desculpa em frente à turma toda. Isto tudo porque escrevi uma frase do género em que o fósforo morreu e deixou a família dos fósforos quando "perdeu a cabeça" (ou seja, quando foi utilizado). Ehpah, eu sei que era uma miuda extremamente inteligente pra idade (LOL) e com bastante imaginação, mas o prof não precisava de me ter humilhado à  frente de todos, certo? Podia ao menos ter-me dado o benefício da dúvida, não?

E pronto, foi com cerca de 8 anos que aprendi na pele o que é a injustiça. Deve ser por isso que não a suporto.

4 comentários:

  1. Esse sapo deve ter sido tão doloroso de engolir... lamento muito, força.

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  2. Deixa lá que eu também guardo de criança algumas mágoas de injustiças. Mas assim entendo melhor os outros.

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  3. Sei tão bem o que isso é; quando entrei na escola primára já lia e escrevia mas a professora achava que eu tinha decorado os textos com a ajuda de alguém, então levava livros dela, de casa para eu ler...para ver se me apanhava na mentira... é horrivel!

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  4. LOL! Não aqueças a cabeça para não a perderes como o fósforo...

    Mas compreendo-te inteiramente. Injustiça É a resposta que daria em primeiro lugar para a pergunta "O que menos suportas na vida"?

    E temos histórias algo similares. Se na primária não fosse obrigada a redigir tudo na própria sala de aula julgo que talvez tivesse passado pelo mesmo, pelo menos da parte de colegas e encarregados de educação de colegas... O que é injustiça (e inveja) aprendi um pouco por volta dessa altura também :D Deve ser comum nessa idade. Mas é um choque. Uma «revelação».

    Mas o pior cenário é quando A SENTES mas não a vês...
    És excluida de um grupo sem saber porquê...
    Ao menos foram-te confrontar na cara. Por vezes quando sabem que uma mentira é cabeluda nunca chegam a essas vias de facto.
    Enfim, a injustiça pode ser muito nociva, ainda mais se cometida com leviandade!

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Obrigada pela sua teoria! ;)